O vento que varreo o sertão
E que faz a terra voar
E o pedaço de céu que bate no chão
É o pouco que serve pra abaixar
A poeira, a poeira
Mas venha ver como é
Repare o povo daqui
Que é homem mesmo sendo mulher
Que ascende vela quando vai dormir
E clareia, clareia
Com a cabeça sem lenço ou chapéu
Pedindo a Frei Damião
E o olho com sede no céu
Qualquer nuvem perdida na imensidão
Que encandeia, encandeia
O céu chorou de pena
O céu chorou de pena
O céu chorou...
Vendo a fome vendo a seca
De pena...
Lágrimas sobre o sertão
O céu chorou...
Mas o céu nem sempre chora
De pena
O céu chorou de pena
Vendo a fome dos meninos
e a prece do povo na novena
O céu chorou de pena
vendo a fome dos meninos
e o choro das velhas nas novenas
O céu chorou de pena
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